FREDY - diário de um ato(r)

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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Aqui vai a indicação desse livro do CACO PONTES
"O incrível acordo entre o silêncio e o alter ego"

Malucamente coloco minha impressão tanto da poesia, como do objeto livro... Assim como tomo a liberdade de falar diretamente para ele sem ser direto. Pois nos conhecemos. E depois agente se entende..não é Caco?
assinado BRUTUS



Comendo tudo do silêncio e o alter ego.

Todo o livro é uma expurgação do desejo.
E o desejo é pessimista. É vago. Desejo como a verdade do ser. Verdade?
“Nem toda verdade é absoluta.”
A verdade é tão virtual quanto a mentira; a mentira sempre tem que vir com mil verdades inventadas.

Um salto de comentário.

Um desvio da trilha iniciada no comentário.

Celso Borges comenta que Caco anda pela estrada gasta, ou melhor, já gastas do século XXI.
Com certeza na linha de pensamento levantada por ele na crítica da orelha do livro, é óbvio que o século XXI, com seus nove anos esteja gasta. Ela parte de uma visão do século XXI nascida no início do século XX. Uns cem anos de atraso na crítica?
Primeiro que Oswald não é modernista – em algum momento do desejo desejado pela sua época que pediu, pedia ele foi e talvez tivesse sido num ponto de luz um modernista – mas como ele mesmo disse: “-Modernismo? Mas modernizar o que e que arte do Brasil?”

É assim que no contrário à afirmação do sr Celso Borges, torna-se possível abrir a possibilidade de uma nova música ou signo para os poemas dentro do livro. Os poetas dos anos 70 não retiraram o paletó de Oswald e foram às ruas desbundar.
Se eles continuaram a poesia do Oswald na ação, ou da ação “modernista” - para os letrados – iriam entender que Oswald pinta seu paletó e recorta-o para o clima do Brasil, já demonstando o porque de não existir modernismo, arte nascente de sua época na Europa.
Oswald não retira, digere. Eles não retiraram o símbolo do conceitualismo da época que é o paletó. Logo depois dele, - ele como símbolo também – já não existiria mais paletó.

Parar aqui.

O comentário não é sobre Oswald, nem os anos 70, “ A nuvem cigana”... Não vale a pena esses paralelos. Não que eles não sejam um colar truncado. Pois estamos falando de poesias, influências, negações das tais, asismilações... Mas por necessidade e respeito ao nascimento desse poeta CACO; e que eu vi virar CACO. Há uma potência por trás do CACO, se chama Juninho.
O erro puro. A busca. Semprecisar ser o texto intelectual que o professor Vicente analisa:

“ As frases seguem o rumo da construção do pensamento do enunciador do discurso, a semântica difusa se resolve na sintaxe difusa e em rimas que pipocam aqui e ali. (…) ”

Que isso? O Caco fala da rua, dos interiores do ser, fala até do desejo... podia ser do desejo de trabalhar essa linguistica...mas leia. Basta ler, talvez não com essa cabeça, talvez ler com outras partes do corpo. Lendo isso, do professor, me diga: sobre o que diz a poesia do Caco?

Logo que pedi o livro, na maior cara de pau, dentro do teatro Oficina, folheei. E me questionei quanto ao conteúdo do livro com seus comentários de intelectuais e os poemas. Me pareceu uma contradição.
A poesia que tem o poder de phoder estar em uma árvore, uma parede, muro, distribuídas pela cidade pois é feita da cidade – no fundp demonstra necessidade de ser analisado, e julgado poeticamente, filosoficamente, emocionalmente... Como a visão puramente negativa e anti-euclidiana – por ignorância – levantada no prefácio - sobre as raças do Brasil.
E assim o professor analísa o vivo como um corpo morto e estático do poeta criador; limitadamente faz uma breve análise mal formulada sobre o preconceito e esquece que além do Brasil ter sido muito mais que “branco, indio e negro” a formação social, cultural, biológica, foi completamente a-linear. Nazismo é uma raça predominante, e essa noção ligada à noção de nação. O que fisiológicamente o Brasil já não tem – não que não haja preconceito – o TUPI mesmo já era uma raça misturada, miscigenada. É assim que há o equívoco em sua análise para dizer sobre a turma dos Maloqueiristas. Portanto também deixando a poesia do Caco ficar limitada – numa noção social do séuclo passado, uma visão social modernista, sendo negada enfim -.
Acredito que uma opção por escrever “e como mutante...” ao invés de sobre o mendigo, descrevê-lo ou não é uma questão de brisa, de vento inaugural numa folha morta. Não de ideal.
A poesia não tem ideal. E deve ser como o vento. E a poesia do Caco sendo puro desejo possibilita que coloquemos a nossa vida - daí sim professor, relacionar seus ideais e coloca-las na boca e na escrita do poeta – revendo ou não nossas próprias inquisições. Podia até não ser nada disso.
Se a poesia é construção engenhosa quer dizer que não é militante? Ou quer dizer que uma vindo depois da outra altera e influencia o julgo da formação intelectual para a mensagem a ser transmitida pelo poeta, e depois independentemente pela poesia?
O livro é um objeto, é tudo o que é colorido nele escrito desenhado. E o mais forte para poder chegar à sua poesia é, e era entender a contradição que é o livro na poesia e na realização.

O que o Caco como o professor ª Vicente querem, para a poesia?

A construção engenhosa das letras mas não das raças – que ele nega e fala mal, mas que Euclides tão bem revela em sua poesia, e aprende a se ver escrevendo passando o bastão... A raça e as letras em formação são o mesmo corpo. - Ou eles querem a vida pulando de alegria, fazendo tragédia e não drama. Não há porque separar a alma do corpo. Talvez os poetas, professores façam isso. E nesse livro Caco é poeta.

Há, em uma poesia ou outra onde ele se torna sátiro. Além do bem e do mal. Com a doce consiência e maldade de quem sabe da dor, porém as chupa como uma criança chupa inocentemente qualquer coisa a boca, doce, sapato, pedra, coco..
Já nas outras ele vive a contradição. Sem saber. O livro é contraditório.
A poesia fala do desejo. Fala a linguagem falada. Diz do seu afeto confuso, cheio de fios, cantos, visões, dedicações e memórias de amigos, amarguras... É fácil notar a confusão do discurso do poeta quando numa linha diz algo e logo na outra dá meia volta, permanece parado, abre uma caixa, puxa um balão... Isso Caco sabe fazer. Ir contra o que ele mesmo – comum da criação, o óbvio – acredita de antemão.
E isso está explícito na sua escrita. A beleza, se há – não conscientemente, mas pelo menos a busca e expurgação disso como um teste, uma morte – nos poemas, é a busca ainda de um discurso que não se contradiga.
É um treinamento. O poder viver a contradição. Morrer vivo. Estar nas camisetas como CheGuevara antes de morrer. Ser estudado e analísado. Como um grande distanciamento.Ver o Caco brigando com o Juninho. Se for por isso, e for isso, o livro é uma conquista. De ponto de virada. Não a fórmula alcançada, na escrita,no tema, na verdade...
Tudo colocado é negado pelo próprio livro.
E essa poesia deve ser buscada. Que ela não negue a fatalidade de ser um livro nem que exalte isso como uma conquista finale. É preciso mais prazer para tudo o que se nega na vida. Refletir na escrita respiração. A poesia fazendo o treinamento de amar o que odeia, nega, por não entender talvez. E se forçar a precisar entender para que? Basta conviver, morrendo também. E ao invés de fazer poesia contra oou inflamando, é colocar na vida essa poesia que liberta do preconceito, nossa primeira máscara. A máscara mais rude. A menos refinada.

O livro pode ser essa contradição. Mas não é e não deverá ser sempre. É um ponto. De realização mesmo. Merecedora de todos os parabéns. Principalmente se morrer nele e “naiscer” no salto sobre si. No próximo.
Em busca da nova estrada do século XXI. Uma poesia na vida. Como Oswald – já que adoram citações – fez.
Não usou a poesia para negar na crítica subjetiva.
Mas fez do fato “negativo” uma piada para ser vivida.
E quem não gosta de rir?
E rir cantando então?


Fredy Állan
31-12-2008

3 comentários:

Caco Pontes disse...

de guerra
em guerra
chegamos a festa
independente da paz que nos resta

poesia pra rimar, cantar, desconstruir, viver, sentir, morrer, comer, cagar e tudo mais que tiver que ser

tudo que nasce da alma
e chega a razão é digno (de)mérito
os críticos, estes eu amo e detesto

os pedacinhos do meu espírito
espalhados em outras partículas
que caminham pelo universo
desses eu não desisto

hum laço orecular

sem custo ou preço
axé e cheiro!

CICAS disse...

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Lilian Barcelos disse...

quem nao gosta de rir?